Tratamento para tuberculose diminui a eficácia de fármacos
contra Aids
1 de dezembro de 2009 | Autor: antonini
Uma pesquisa da Universidade da
Cidade do Cabo, na África do Sul, afirmou que certos pacientes
portadores do vírus HIV em tratamento para tuberculose podem não
obter todos os benefícios da terapia anti-retroviral contra o vírus
da Aids.
A nevirapina, um anti-retroviral barato usado para tratar o HIV em
países em desenvolvimento, não funciona tão bem em pacientes que
estão fazendo o tratamento para tuberculose, segundo o estudo.
Outro remédio, o efavirenz, parece não ser afetado pelo tratamento
de tuberculose. Mas o efavirenz é mais caro.
Os pesquisadores analisaram quase quatro mil pacientes sul-africanos
que iniciaram a terapia com anti-retrovirais entre 2001 e 2006.
Os estudiosos descobriram que os pacientes com tuberculose que
também eram tratados com nevirapina tinham o dobro de chances de ter
uma carga viral mais alta – ou seja, níveis altos de HIV em seu
sistema – do que aqueles que não tinham tuberculose.
Acredita-se que os medicamentos para tuberculose aceleram a perda de
força da nevirapina no corpo do paciente.
Custo
Em países mais pobres, a terapia anti-retroviral geralmente é
iniciada em clínicas de tratamento de tuberculose, pois a doença é
uma infecção comum em pacientes com o vírus HIV.
A nevirapina é uma escolha comum devido ao seu custo mais baixo e
pelo fato de poder ser usada em mulheres em idade fértil.
Andrew Boulle, chefe da pesquisa, afirmou que, devido ao uso
contínuo de terapias baseadas na nevirapina no continente africano,
e à importância dos serviços de tratamento de tuberculose para
iniciar a terapia de HIV nos pacientes, serão realizados mais
estudos.
“Um dos pontos que chama mais a atenção em nosso estudo foi a
demonstração de que 40% dos pacientes que começam a terapia
anti-retroviral nos últimos anos têm tuberculose concomitante,
destacando a importância, para o setor de saúde pública, de melhorar
as opções de tratamento para pacientes com HIV e tuberculose”,
afirmou.
O estudo foi publicado na publicação científica Journal of the
American Medical Association.
Fonte: BBC Brasil