Isso não é avanço da medicina. É
avanço da tecnologia e podem ter certeza que existem apenas dois
profissionais envolvidos: farmacêutico e engenheiro químico.
O
desenvolvimento de nanobolhas de polímero pode revolucionar o
tratamento de doenças como o câncer.
Pesquisas oncológicas descobriram, há alguns anos, um nucleotídeo
capaz de atuar sobre células de tecidos humanos impedindo-as de
crescer e se duplicar.
Chamado de SiRNA (Small interfering RNA), este nucleotídeo tem
potencial para modificar o modo como os pacientes vítimas de câncer
são tratados.
Em tese, a SiRNA poderia impossibilitar um tumor de crescer,
evitando que as células cancerígenas de metabolizem proteínas.
Esta descoberta, no entanto, não pode ser usada na prática até o
momento porque, uma vez injetada no corpo humano, a SiRNA é
destruída por enzimas presentes no sangue.
Novas esperanças
Um projeto em desenvolvimento na Now Calando Pharmaceuticals, em
Pasadena, Califórnia, tenta criar bolhas de polímero (composto
formado por sucessivas aglomerações de grande número de moléculas)
que possa “proteger” a SiRNA do contato com o sangue humano.
O raciocínio se baseia em usar estas bolhas para transportar a
medicação pela corrente sanguinea até ela chegar ao tumor. As bolhas
criadas pela Now Calando tem a dimensão de 70 milionésimos de
milímetro e servem para “envelopar” doses de SiRNA.
A indústria não tem previsão de quando estas bolhas poderiam ser
usadas comercialmente em tratamentos de câncer. Se os testes forem
bem sucedidos, porém, vão renovar as esperanças das milhões de
vítimas de câncer espalhadas pelo mundo.