Açúcar alivia a dor de bebês prematuros
28 de abril de 2009 | Autor: antonini
É o que revela um estudo realizado na Universidade
de São Paulo. Garantir o bem-estar de recém-nascidos internados em UTIs
é uma forma de prevenir problemas de comportamento e aprendizagem no
futuro. Interessante que tem milhares de pseudo-cientistas idiotas que
dizem ser o açucar um veneno. Se assim o fosse, a humanidade estaria
extinta há milhões de anos. O único erro desta matéria é dizer que
sacarose é outro tipo de açucar, sendo que na verdade é um dímero de
glicose. A glicose pura é intragável. Tem um sabor horrível, sendo
palatável apenas em sua forma dímera, que pode ser a sacarose, a
galactose e outros dímeros e polímeros.
Diminuir o
estresse dos prematuros durante o período que permanecem na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do hospital é importante para promover o
desenvolvimento saudável dessas crianças. O alerta é da psicóloga Maria
Beatriz Linhares, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP-USP), no interior paulista. Ela é reconhecida internacionalmente
por demonstrar os benefícios de um tipo de açúcar, a sacarose, para
acalmar os bebês e amenizar os desconfortos de procedimentos realizados
diariamente ao longo da internação.
Pesquisas anteriores já mostravam a sensação de alívio causada pela
substância nos bebês. O que Maria Beatriz resolveu investigar foi a
manutenção desse efeito positivo ao usar doses repetidas. Diante do
resultado, o procedimento foi adotado como rotineiro no Hospital das
Clínicas da faculdade. Ali, os prematuros internados recebem a solução
de açúcar cerca de dois minutos antes de passar por algum tipo de
processo doloroso para o qual normalmente não se indica medicação – é o
caso de coleta de sangue, aspiração das vias aéreas e inserção e remoção
de tubos.
A ingestão do açúcar estimula a liberação de endorfinas, substâncias
analgésicas naturalmente produzidas pelo próprio corpo da criança. Daí,
envolto numa sensação de bem-estar, o bebê deixa de gastar energia
quando mais precisa de forças para sobreviver. “É fundamental para o
prematuro ganhar peso. Ou seja, tratar a dor é uma forma de melhorar as
condições fisiológicas e comportamentais do paciente”, diz Maria
Beatriz.
O efeito calmante deflagrado pela sacarose foi medido por médicos e
aparelhos através de instrumentos e técnicas validadas para reconhecer
expressões faciais de dor e análise de batimentos cardíacos, nível de
saturação de oxigênio no sangue e estado de sono dos pequenos.
Mas fica um recado: esse poder tranquilizante não pode ser obtido com o
açúcar que é utilizado em casa. “A solução oferecida no hospital é
esterilizada e manipulada na concentração adequada. O açúcar vendido no
supermercado contém conservantes e pode causar infecções graves no
bebê”, alerta a médica neonatologista Walusa Ferri, especialista
igualmente envolvida no trabalho.
Sacarose ou glicose?
Outro tipo de açúcar, a glicose já é usada com os mesmos fins
terapêuticos em vários hospitais. Edneia Vaciloto Lima, chefe da UTI
neonatal do Pro Matre, em São Paulo, conta que soluções glicosadas são
oferecidas aos prematuros para acalmá-los. “Não é um procedimento de
rotina, mas serve para os bebês muito agitados ou em casos específicos”,
diz a especialista.
Maria Beatriz Linhares reconhece o efeito tranquilizante da glicose e
explica ter escolhido a sacarose para o estudo seguindo uma recomendação
das academias canadense e norte-americana de pediatria. “Não existem,
até o momento, evidências de efeitos colaterais da substância”, diz a
psicóloga. Segundo Walusa Ferri, há a suspeita de que a glicose em
excesso pode causar a alteração no índice de glicemia da criança. “Mas
ainda não há nada comprovado”, comenta.