Brasileiros descobrem células-tronco adultas em vaso
sangüíneos
21 de novembro de 2008 | Autor: antonini
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto
concluíram, após cinco anos, um estudo que demonstra que as
células-tronco adultas mesenquimais estão nas paredes de todos os
vasos sanguíneos.
Da Agência Estado
Em São Paulo
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão
Preto concluíram, após cinco anos, um estudo que demonstra que as
células-tronco adultas mesenquimais estão nas paredes de todos os
vasos sanguíneos. Antes disso, essas células eram mais encontradas
na medula óssea. A pesquisa, feita por profissionais do Hemocentro
e do Hospital das Clínicas (HC), foi publicada na edição de março
da revista científica internacional “Experimental Hematology”.
“Esse é um conceito novo e muda a nossa visão sobre essas
células”, diz o pesquisador Dimas Tadeu Covas, que preside o
Hemocentro e é professor da Faculdade de Medicina da USP de
Ribeirão.Células-tronco, adultas e embrionárias, são células
indiferenciadas e, por essa característica, têm o potencial de
serem usadas no tratamento de diferentes doenças degenerativas,
como lesões cardíacas. As mesenquimais dão origem a componentes do
sangue. “Estando nos vasos sangüíneos, elas controlam inúmeros
mecanismos de reparo e regeneração”, afirma o cientista.
Segundo Covas, os resultados da pesquisa ainda são iniciais e
agora é necessário entender essa célula para estudar a
possibilidade de uso em tratamentos clínicos. “Abriu-se uma
avenida nova de investigação”, afirma ele. “Com a análise inicial,
podemos intervir e começar a trabalhar especificamente com células
de cada um dos tecidos, para ver como se comportam.” O objetivo da
equipe é estudar como elas agem no fígado, no cérebro e em outras
partes do corpo. Covas explica que, apesar da descoberta, a medula
óssea continua sendo uma fonte importante de células-tronco
adultas, por sua facilidade de obtenção.
Enquanto o uso de células-tronco adultas é permitido no Brasil, a
utilização das embrionárias está sob julgamento no Superior
Tribunal Federal (STF).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo