Uma das pragas do mundo moderno é o
culto ao corpo que cria uma verdadeira obcessão por medidas
perfeitas, magreza e beleza. Os adolescentes são as maiores vítimas
dessa cultura errônea, para não dizer criminosa.
A modelo e atriz francesa Isabelle Caro, que em 2007 posou nua para
uma campanha contra a anorexia mostrando seu corpo devastado pela
doença, morreu em 17 de novembro, informou nesta quarta-feira (29) o
site suíço 20 Minutes.
A primeira informação de sua morte foi divulgada através de uma rede
social na internet por um amigo da modelo, que tinha 28 anos e
provocou comoção com as fotografias feitas há três anos.
No meio da campanha, dirigida pelo fotógrafo Oliviero Toscani,
conhecido por suas ideias provocadoras e pelas campanhas
publicitárias da grife Benetton, Caro explicou que tinha aceitado
posar para alertar as jovens sobre o perigo das dietas, dos ditados
da moda e da anorexia.
Seu objetivo, segundo ela, era sensibilizar as mulheres sobre essa
ameaça, que pesava sobre sua vida desde que ela tinha 13 anos e que
a levou a pesar 25 quilos (tinha 1,64 m de altura). No começo deste
ano, Caro disse que conseguiu pesar 42 quilos.
Para Caro, a culpada pela doença era sua mãe, possessiva e que a
teria feito viver reclusa em um chalé, dos 4 aos 11 anos, com ela e
o padrasto.
A morte, que foi mantida em segredo pela família, não teve sua causa
revelada.
Seu amigo Vincent Bigler informou ao site que a modelo havia sido
hospitalizada durante duas semanas por causa de uma pneumonia, e que
ultimamente mostrava um estado de extrema fraqueza. No entanto, ele
disse não saber a causa de sua morte.
CHÁ EM COLHERINHAS
Uma reportagem do jornal espanhol “El País”, publicada em 2007,
conta que Caro tinha uma dieta singular: um pouco de líquido,
chocolate e bolinhos de morango.
“Esperava com impaciência às 5h da manhã, hora em que me concedia
o direito de beber uns golinhos de Coca Light e duas xícaras de
chá, que degustava em um tipo de ritual eufórico, com a ajuda de
colherinhas, as menores que encontrei no supermercado”, contou ela
ao jornal.
Segundo o periódico, ela se considerava vítima de uma seita da qual
ela mesma era a guru.