Isso já é sabido há muito tempo, só
não divulgaram antes devido aos interesses das indústrias. Desde o
início desta década, mais precisamente, desde o ano 2000, já
aparecem estudos toxicológicos evidenciando o efeito tóxico dos
materiais usados na fabricação de recipeintes sobre o aparelho
reprodutor, especialmente sobre a próstata.
O produto químico
Bisfenol-A, que demonstrou aumentar o risco de disfunções sexuais
masculinas, reduz a concentração e qualidade do sêmen, segundo
estudo publicado esta quinta-feira.
O Bisfenol-A ou BPA é um composto químico que serve para diluir a
resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua
laminação. Está presente em grande quantidade de recipientes
alimentares e de bebidas, como mamadeiras, bem como em resinas de
selagem dentária.
A pesquisa foi realizada durante cinco anos com 514 operários que
trabalhavam em fábricas da China.
Os autores constaram que aqueles que continham concentrações de BPA
mais elevadas na urina multiplicavam os riscos de produzir sêmen de
má qualidade.
“Diferente dos homens que não tinham vestígios detectáveis de BPA na
urina, aqueles que tinham conteúdos mais elevados multiplicavam por
mais de três o risco de ter uma concentração diminuída de seu
sêmen”, afirmou De-Kun Li, epidemiologista do Kaiser Permanente
(consórcio privado americano de cuidados médicos) e principal autor
do estudo publicado na revista “Fertility and Sterility”.
Este é o primeiro estudo realizado sobre homens para avaliar o
vínculo entre o sêmen e o BPA.
Pesquisas anteriores feitas em animais mostraram que o BPA tem
efeitos nefastos sobre os órgãos reprodutores de camundongos machos
e fêmeas.
Este é o terceiro estudo de Li sobre o tema. Um trabalho publicado
em novembro de 2009 demonstrou que a exposição a níveis elevados de
BPA aumenta o risco de disfunções sexuais. Outro, divulgado em maio
de 2010 mostrou vínculos entre o BPA na urina e o comprometimento
das disfunções sexuais masculinas.
O Canadá foi o primeiro país a classificar, em outubro, o BPA na
categoria de substâncias tóxicas. Em março de 2009, os seis maiores
fabricantes americanos de mamadeiras decidiram suspender a venda nos
Estados Unidos de produtos com BPA.
Transcrito do
UOL News