16 de agosto de 2010 | Autor: antonini
O bloqueio que impede o crescimento de fibras nervosas jovens em
mamíferos adultos pode ser liberado por meio da inibição ou da
eliminação genética de uma enzima específica em células nervosas
danificadas, indica uma pesquisa publicada na revista Nature
Neuroscience.
Agência
FAPESP. Domingo, 15 de agosto de 2010 –
16h12
O trabalho sugere que terapias que usem como alvo essas enzimas
responsáveis pelo bloqueio podem vir a ter efeitos benéficos para o
tratamento de danos na medula espinhal. O estudo obteve a
regeneração de conexões responsáveis pelos movimentos voluntários.
Zhigang He, do Departamento de Neurologia da Escola Médica Harvard,
e colegas observaram em camundongos com medulas danificadas uma
atividade muito pequena da enzima mTOR em neurônios adultos
danificados no trato corticoespinhal – conjunto de axônios entre o
córtex cerebral do cérebro e a medula espinhal. A enzima é
responsável pela promoção do crescimento dos neurônios.
Quando os pesquisadores aumentaram a atividade da mTOR, ao bloquear
geneticamente seu regulador (a enzima PTEN), houve um aumento tanto
no crescimento de fibras nervosas intactas remanescentes como na
capacidade de as fibras danificadas voltarem a se desenvolver e a
reconectar com as células nervosas de áreas não danificadas.
O trabalho não procurou examinar se as novas conexões formadas por
essas fibras que se regeneraram resultaram na recuperação funcional
ou na melhoria da mobilidade.
Segundo os autores do estudo, isso ainda precisa ser investigado,
assim como se o método pode vir a ser efetivamente experimentado em
humanos com problemas de movimento devido a acidentes na medula
espinhal.
De qualquer maneira, He e colegas destacam que os resultados do
estudo permitem sugerir que drogas que tenham como alvo os
mecanismos que limitam a atividade da mTOR em sistemas nervosos
adultos podem ter efeitos benéficos para danos na medula.
O artigo PTEN deletion enhances the regenerative ability of adult
corticospinal neurons (doi:10.1038/nn.2603), de Zhigang He e outros,
pode ser lido por assinantes da Nature Neuroscience em
www.nature.com/neuro.