Conselho Regional de Medicina reprova 61% em exame de
universitários em SP
5 de novembro de 2008 | Autor: antonini
O problema básico é a política das faculdades de medicina que não formam
mais médicos, servindo apenas como “cursinhos preparatórios” para os
exames de residência médica. Não se formam mais médicos como
antigamente, quando o indivíduo saía da escola dominando todas as
especialidades, da anestesia até a dermatologia, passando pela
cardiologia, neurologia, hematologia, oncologia e outras áreas mais
complexas. Atualmente ensinam apenas o básico do básico, deixando a
formação profissional para a residência médica.
Bruno Aragaki
Em São Paulo
Em 2008, foram reprovados 61% dos participantes do exame do Cremesp
(Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), aplicado aos
futuros médicos que cursam o sexto – e último – ano da faculdade. Os
resultados
do exame foram divulgados nesta quarta-feira (5).
Apesar da reprovação, esses alunos poderão ingressar no mercado de
trabalho e exercer a profissão normalmente, já que o exame é
facultativo.
- Leia os resultados do estudo na íntegra aqui
“As faculdades estão formando médicos que não sabem o básico”, diz
Bráulio Luna Filho, coordenador do exame no Cremesp. Para ele, o exame
deveria ser obrigatório para os médicos recém-formados – de maneira
similar ao exame de ordem da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para os
estudantes de direito.
“O problema é que as universidades, mesmo as consideradas melhores, não
sabem avaliar cientificamente os alunos. Basta ser bonzinho, não faltar
às aulas, que você passa”, critica Luna.
Participaram da avaliação 679 dos 2.300 estudantes de medicina que se
formam por ano no Estado de São Paulo – 30% do total. Desses, apenas 262
acertaram 60% dos testes que compõem a primeira fase do exame, requisito
para ser aprovado à segunda fase do exame.
É a primeira vez nestes quatro anos de aplicação da prova, que o número
de reprovados supera o de aprovados. Em 2005, quando o Cremesp lançou o
exame, 31% dos estudantes foram considerados inaptos para exercer a
medicina.