Oitenta por cento dos brasileiros sofrem de insônia?
4 de julho de 2019 | Autor: antonini
Ontem, 30 de junho de 2019, o programa Fantástico,
da rede Globo, levou ao ar uma reportagem sobre insônia, apresentada
pelo médico oncologista Dráusio Varela – o
Paracelso
da Rede Glogo, que disse algumas coisas dignas de contestação
obrigatória:
- A sociedade impôs ao ser humano convenções sociais ou regras de
vida absurdas, ignorando as particularidades de cada organismo.
Obriga a todos os seus membros a dormirem de noite e ficarem
acordados durante o dia, como se os organismos humanos pudessem ser
programados igual a computadores.
- O médico esqueceu de dizer, ou ignorou propositadamente, que cada
pessoa tem um ritmo orgânico próprio; que cada organismo é
diferente, é único e, portanto, cada pessoa tem um ritmo de sono
próprio. Tem gente que dorme melhor de dia e trabalhar à noite,
produzindo muito mais que se trabalhasse de dia e dormisse a noite,
e vice-versa. Ignorar o ritmo orgânico de cada pessoa é um erro
grosseiro.
- Afirmou que tomar “remédio” por conta própria, sem receita
médica, pode fazer mal ou não fazer o efeito esperado,
violando o princípio fundamental da farmacologia: “o efeito de um
fármaco depende unicamente do seu mecanismo de ação e não da vontade
de quem o prescreve”. Um fármaco prescrito por um médico ou por um
pai de santo terá que fazer o mesmo efeito.
- Remédio é qualquer coisa que produza bem-estar. Um copo d’água
para uma pessoa com sede é um remédio. O termo correto é fármaco,
termo grego milenar que designa compostos, substâncias ou ondas
magnéticas, radioativas ou de outras naturezas, que produzem
alterações moleculares, bioquímicas ou fisiológicas em um organismo.
- Falou em tolerância ao uso de fármacos, mas não explicou
apropriadamente ao fenômeno. Tolerância é o aumento da degradação de
uma substância ingerida frequentemente causada pelo aumento da ação
do mecanismo de eliminação (geralmente aumento na expressão de
enzimas de metabolismo) e que obriga o usuário a ingerir quantidades
cada vez maiores da droga ou fármaco para obter o mesmo efeito. Isso
acontece em todos os casos, do alcoolismo à drogadição. Nâo tem nada
a ver com mágica ou com vontade de médicos ou de qualquer pessoa.
Concluindo, 80% da população brasileira não sofre de insônia, mas com o
desrespeito ao seu ritmo fisiológico.