Relato de um brasileiro em Roraima
4 de junho de 2013 | Autor: antonini
Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e
séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi
trabalhar em Roraima. Trata-se de um Brasil que a gente não conhece.
“As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil
um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a
fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.
Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até
pessoas com um mínimo de instrução.
Para começar, o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. Pra
falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10
pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense,
piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto, falta uma identidade com a
terra.
Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é
funcionária pública, (e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se
concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da
prefeitura, é claro) ou a pessoa trabalha no comércio local ou recebe
ajuda de Programas do governo.
Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do território
roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas
30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas,
para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades.
Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a
Manaus, cerca de 800 km ) existe um trecho de aproximadamente 200 km de
reserva indígena (Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da
manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos
índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos
não sejam incomodados.
Detalhe: você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos
americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena,
diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e
autorização da FUNAI.
Outro detalhe: americanos entram à hora que quiserem. Se você não tem
uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos, então você pode entrar.
A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas
a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de
algumas reservas encontrarem- se hasteadas bandeiras americanas ou
inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerd com cara de
quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las,
mas no final das contas, pasme, se você quiser montar uma empresa para
exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu etc.,
medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se
preparar para pagar ‘royalties’ para empresas japonesas e americanas que
já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia…
Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: Os
americanos vão acabar tomando a Amazônia. E em todas elas ouvi a mesma
resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma
senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:
‘Irão não, minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles
comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam.
Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que
fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde
iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa’.
A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de
nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de
nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão
libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão
construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da
fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o
pseudo objetivo de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico,
aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas
fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela.
Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for
americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente
diplomático). Dizem que tem muito colombiano traficante virando
venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania
venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas: porque os americanos querem
tanto proteger os índios ? A resposta é absolutamente a mesma:
porque as terras indígenas, além das riquezas animal e vegetal, da
abundância de água, são extremamente ricas em ouro – encontram-se
pepitas que chegam a ser pesadas em quilos, diamante, outras pedras
preciosas, minério e as reservas norte de Roraima e Amazonas, são ricas
em PETRÓLEO.
Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro
a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou
a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.
É, pessoal… saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá
diminuir de tamanho.
Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.
Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique
sabendo desses absurdos.