Há poucos minutos vi na emissora aberta Rede Evangelizar, da Paróquia Nª. Sª. do Guadalupe, de Curitiba, uma propaganda absurda de um produto a base de magnésio que promete controlar ou mesmo curar o diabetes.
O magnésio em forma de cloreto (MgCl2) foi febre nos anos 1980, quando uma pseudo cientista lançou na televisão e nas rádios que ele curava dores crônicas e reumáticas e foi aquele frissom, com idosos procurando e comprando nas farmácias, caixinhas com um pacotinho plástico contendo, supostamente, o cloreto de magnésio, que parece o sal grosso de churrasco, mas com partículas ou cristais um pouco menores.
Em termos de resultado foi um desastre, pois as dores crônicas continuaram, mas os efeitos do excesso do anion cloreto (Cl–) no organismo foram bem notados, especialmente o aumento na incidência de úlceras gástricas e distúrbios mentais como confusão mental e até surtos catatônicos devido ao papel despolarizante das membranas neuronais.
Lá se vão praticamente 40 anos de uso de magnésio pela população e se ele tivesse realmente ação hipoglicemiante ou antidiabética, será que alguém ou alguma indústria farmacêutica já não teria descoberto?
Os redatores da Rede Evangelizar precisam ficar atentos a esta picaretagem farmacoterapêutica que pode manchar a imagem da emissora e também a ANVISA tem que fiscalizar e combater este tipo de fraude pseudo científica.
Brito (2017) testou uma associação de dipirona com cloreto de magnésio no controle da dor de câncer de pele (melanoma) em camundongos que foram inoculados com células das linhagens B16-L6 e desenvolveram a doença, obtendo resultados satisfatórios, mas até agora não foram realizados ensaios clínicos em seres humanos, não sendo conhecidos a eficácia, efetividade e a segurança do uso desta associação no tratamento de qualquer tipo de dor (1).