Regrinhas básicas da farmacologia
Publicado em 29 de setembro de 2021
Explicando de forma simples as
regras básicas da farmacologia e desvendando mitos e mentiras
propagadas por pseudo cientistas ávidos em catapultar suas
carreiras.
Os leitores poderão dizer que há muitos parágrafos, frases ou
expressões repetidas. Sim, há, mas a ideia é exatamente essa,
incutir o conteúdo da mesma forma que a prática ritualística ensina
e disciplina – através da repetição.
- A primeira e mais importante: “não se mexe em um
organismo impunimente.” Fármacos podem produzir
alterações que levem ao aparecimento de efeitos imprevisíveis
(paradoxiais) chegando até a inviabilizar a vida.
- O efeito de um fármaco é matemático: 2+2=4,
mas a resposta do organismo pode ser qualquer coisa entre 2
e 5, passando pelo 4, ou
seja, o efeito é previsível, mas a resposta do organismo é
imprevisível, dependendo de diversos fatores como sexo, idade, etnia
(raça) e ainda das comorbidades que o indivíduo
carrega, podendo acontecer de tudo, até uma hecatombe, ou mesmo
não acontecer nada. Depende unicamente de cada organismo. Para
isso são feitos os ensaios farmacológicos
multicêntricos, randomizados, duplo cego, com ou sem uso de
placebo ou fármaco padrão.
- O efeito de um fármaco depende unicamente de seu mecanismo de
ação e não de quem o prescreve. Um fármaco prescrito por um
médico, benzedor, pai de santo ou médium possuído pelo espírito
de porco terá de fazer o mesmo efeito, senão vira magia, não
sendo mais ciência. A crença insana e infundada espalhada aos
quatro cantos e ventos pelos meios de comunicação, pelas
associações médicas e conselhos regionais de medicina de que só
o médico sabe o "remédio" que faz bem é uma tremenda falácia,
servido apenas como reserva de mercado através da disseminação
de mentiras. Médicos não tem varinha mágica ou conversam com o
fármaco ordenando a ele que faça o efeito que ele, médico, quer.
Essa simples presução é coisa de idiota, de débil mental.
- Apesar de farmacologia não ser uma ciência privativa de
médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários, a diferença
entre estes profissionais e o leigo (pai de santo, benzedor,
curandeiro, pajé, etc) e profissionais de outras áreas é que os
quatro primeiros citados tem muito mais chance de acertar um
diagnóstico clínico por serem especialmente treinados para isso
e ainda, apenas médicos, dentistas e veterinários estão
habilitados, NA FORMA DA LEI, a prescreverem tratamentos
farmacoterapêuticos (“receitar remédios”).
- Todo fármaco atua sobre um receptor, uma
enzima ou ligando-se a alguma proteína ou mesmo
"sequestrando" (se ligando) um determinado íon ou
partícula e produz o efeito esperado e não
o efeito desejado. Não existe mágica no efeito de um
fármaco. Como descrito acima, o efeito é matemático: 2 + 2
= 4, e não adianta espernear. O efeito "of label" decorre
de ligação ou interação do fármaco com alguma outra via
metabólica não observada ou prevista durante a fase
experimental.
- Todo fármaco é desenvolvido e testado para o tratamento um ou
mais sintomas ou doenças bem específicas, mas pode acontecer
dele fazer efeito em outras patologias (doenças) bem diferentes
daquilo ao qual ele se presta originalmente, designando-se esta
característica como efeito "off label". Um
exemplo clássico disso é o sildenafil
(Viagra®), que hoje é mais usado no tratamento da hipertensão
pulmonar maligna DA recém nascida, doença que
matava praticamente todas as MENINAS que
nasciam com ela, mas com o advento do Viagra® (sildenafil) o
número de óbitos decorrentes desta neonatopatia (doença do
neonato ou recém nascido) caiu a quase zero. Se faltar Viagra®
na farmácia da maternidade dá a maior encrenca. É pior que a sua
falta no puteiro ou no motel.
- Remédio é um nome errôneo para designar uma substância com
efeitos a nível molecular porque qualquer ação que produza
bem-estar pode ser um remédio, como por exemplo uma massagem,
uma música, uma comida... Medicamento também não é um termo
muito correto porque faz alusão a uma profissão, a medicina, que
não tem 1000 anos de existência ainda (saiba mais sobre a
história da medicina aqui).
O termo original que denomina as substâncias usadas nos
tratamentos é fármaco e vem da palavra grega pharmakon
ou φαρμακόν, que era uma festa antiga, bem primitiva,
onde se escolhia um casal de jovens saudáveis e vírgens e
queimava os dois em uma fogueira como sacrifício aos
deuses para estes protegerem o povo das pestes e doenças.
Pouco macabro, não?
- Droga ou fármaco? Droga é todo princípio
ativo in natura, ou seja, como está na natureza,
com ação farmacológica ou com efeitos sobre um organismo,
tecido, órgão ou sistema. Ópio é uma droga, obtido da
papoula. A flor da camomila, as cascas da canela, as
folhas da espinheira santa também são drogas, bem como a
maconha que é uma droga ilícita. Espécies ou substâncias
químicas obtidas sintéticamente e que tem ação
farmacológica são chamados de fármacos. Morfina, codeína,
metadona, nalbufina, tramadol (fármaco derivados do ópio
por síntese industrial) são fármacos ilícitos, enquanto a
heroína, um derivado obtido por diacetilação da morfina
consistem em um fármaco ilícito, assim como a cocaína,
obtida a partir de processos de extração e sínteses
orgânicas das folhas da Eritroxylon coca. A
cocaína foi desenvolvida e utilizada, inicialmente, como
anestésico tópico de mucosas, especialmente mucosa ocular
nas cirurgias de catarata, no final do século XIX e até a
metade do século XX, quando Sigmung Freud difundiu seu uso
no tratamento das depressões e ela caiu no uso abusivo.
- Pesquisa básica ou pesquisa avançada em
farmacologia, qual é a mais importante? Sem a menor sombra
de dúvidas ou incertezas, a pesquisa farmacológica básica
é a mais importante, fase onde a estrutura química e os
possíveis receptores ou vias metabólicas do fármaco são
descobertos e suas estrutura molecular é aprimorada para
exercer um efeito mais acentuado e com menor incidência de
efeitos secundários e indesejáveis. A pesquisa avançada,
também chamada pesquisa de ponta, nada mais é que a
aplicação dos fármacos na população, os chamados ensaios
farmacológicos, quando apenas serão registrados e
tabulados os efeitos adversos e indesejáveis dos novos
fármacos e também pode ser descoberto o efeito "of label",
apesar deste aparecer apenas com o tempo e a administração
em larga escala e em diversas populações de etnias
diferentes, na fase chamada de fase IV ou fase de
farmacovigilência.
- Vacina X soro, Soro é um concentrado de
anticorpos utilizado para prevenir a instalação de uma
doença após exposição aguda, como por exemplo no caso do
SAT ou soro anti tetânico de antigamente e a IGG
Antitetânica atual, que são usadas nos casos de ferimentos
em pessoas que não estão vacinadas contra tétano; soro
antiofídico (inespecífico usado quando não se sabe a cobra
que picou), antibotrópico (jararaca) anticrotálico
(cascavel), para evitar a propagação do veneno no
organismo, enquanto vacina produz imunidade de longo
prazo, evitando que se desenvolva uma doença após
exposição. Um fármaco que não proporciona um mínimo de 10
anos de imunidade não pode ser considerado vacina, como no
caso das pseudo vacinas contra a Covid-19 que já estão na
quarta dose de reforço e cuja imunidade não dura 180 dias.
- Riscos da automedicação.
O colóquio flácido para acalentar bovinos (conversinha
mole para boi dormir) corporativista da classe médica
beira as raias do ridículo e do acinte às regras mais
básicas da farmacologia. A probabilidade de um fármaco
utilizado por conta própria (automedicação) produzir uma
reação adversa é a mesma de um fármaco prescrito por
médico, pai de santo, curandeiro, etc, etc, etc. Esta
cantilena fajuta viola o mais fundamental direito à
liberdade de qualquer ser humano dispor de sua vida e de
seu corpo como bem entender, garantia esta sacramentada na
Constituição da República Federativa do Brasil, a mesma
que maconheiros e outros drogadidos invocam para liberar o
uso de drogas ilícitas; LGBTQIA+ e tantas outras
perversões e inversões usam para justificar suas práticas
contrárias à natureza, estranhas ao ordenamento jurídico e
aos costumes do povo brasileiro.