Esfregaços de mulheres pós-menopáusicas com vaginite atrófica mostram uma variedade ampla de alterações celulares resultantes da associação com infecção inespecífica. Em alguns casos o grau de anormalidade pode ser tão acentuado que causa suspeita de discariose. Com este grau de anormalidade é aconselhável repetir o esfregaço após o uso de creme estrogênico por quatro semanas. O tratamento causa maturação do epitélio escamoso pelo efeito direto de estrógeno no órgão alvo (vagina). Este é mais seguro que o estrógeno sistêmico, já que a resposta do órgão alvo varia com o tratamento sistêmico. Além disso, o epitélio atrófico é fino e facilmente traumatizável. A lesão pode ser microscópica, mas é refletida pelo conteúdo do esfregaço. Em três casos histiócitos e polimorfos estão presentes com histiócitos multinucleados e fibroblasto, os quais sugerem uma reação granulomatosa como a vista no tecido de granulação. Ulceração clínica também resulta em um quadro celular característico e esta pode ocorrer em mulheres com prolapso ulcerado ou em quem está usando anéis pessários.
90. Vaginite atrófica. Este campo mostra um aspecto comum com fundo seroro, hemácias e células inflamatórias obscurecendo um esfregaço atrófico. A reação à coloração é pobre por causa de alguma secagem antes da fixação. (X 40)
91. Vaginite atrófica: “manchas azuis”. Este é um outro exemplo de vaginite atrófica com células inflamatórias, muitos restos no fundo e células parabasais mostrando alterações degenerativas variadas. No centro do campo está uma estrutura redonda corada em azul-escuro. Estas são achadas em esfregaço atrófico e causariam suspeita de malignidade. A causa é incerta, embora várias teorias tenham sido propostas (Ziabkowski & Naylor, 1976). É mais provável que esta seja uma forma de DNA ou RNA alterados do que a presença de muco espessado. (X160)
92. Vaginite atrófica: “manchas azuis”. Em aumento maior a aparência sugere que este é o contorno de uma célula obscurecida por material finamente pulverizado, denso, o qual cora em azul escuro. (X 400)
93. Vaginite atrófica. Um outro exemplo mostra uma ração de coloração pobre. O fundo consiste principalmente de polimorfos e restos nucleares. Algumas células parabasais apresentam núcleo reativo e pálido e grande, enquanto que em outras os núcleos ficaram picnóticos. A despeito da ração pobre à coloração, a queratinização do citoplasma pode ser reconhecida em algumas células. (X 80)
94. Vaginite atrófica: alterações borderline. Este campo demonstra o grau de anormalidade que pode ser visto em um esfregaço atrófico benigno. Cariólise e degeneração nuclear estão presentes e células de formas bizarras são vistas. Em algumas células a necrose coagulativa causa irregularidade nuclear a qual está próxima à discariose. (X 125)
95. O mesmo caso (94) após creme vaginal estrogênico. O aspecto deste campo é bastante diferente. Há mesmo exsudato de células inflamatórias e a maioria das células presentes são intermediárias normais. Uma célula parabasal queratinizada permanece. Se células discarióticas estivessem presentes neste caso, elas estariam agora em destaque contra um fundo de células normais maduras. O creme vaginal estrogênico foi usado por quatro semanas, neste caso. (X 125)
96. Vaginite atrófica com tecido de granulação. Neste exemplo as poucas células escamosas presentes mostram uma variação na maturação. Histiócitos e polimorfos estão presentes, com um histiócito multinuclear gigante e células alongadas com citoplasma frouxo, que são fibroblastos. O quadro sugere uma reação de granulação que nesta situação é mais comum ser tecido de granulação não específica. (X 80).
97. Vaginite atrófica com tecido de granulação. Este campo mostra uma figura similar com uma célula gigante multinucleada sobreposta a células escamosas. (X 100)
98. Ulceração vaginal. Uma figura mais exuberante é vista quando úlceras francas estão presentes; esta mulher usava um anel pessário para controlar o prolapso. O esfregaço contém muitos histiócitos multinucleados com fibroblastos e polimorfos. (X 125)
99. Procidência ulcerada: regeneração epitelial. Em casos com ulceração clínica é comum ter regeneração tecidual na borda da úlcera. Quando essas células são vistas no esfregaço, elas podem causar suspeita de malignidade. Este exemplo é típico de uma placa de células semelhantes, a qual apresenta-se como uma camada única de células pavimentosas. A aparência lembra a borda de uma cultura de tecido em crescimento. Existe algum pleomorfismo e os nucléolos são proeminentes. Em algumas células eles são grandes e em outras células eles são múltiplos; uma mitose também está presente. A principal característica em favor de uma lesão benigna é o padrão da cromatina nuclear, pálida e regular. Deveria também ser notado que os nucléolos são regulares na forma e a mitose normal. (X 250)